Algo efêmero eu sei, mas não tão lunático quanto eu mesmo. Sou maluco! Ando descalço nas gramas não autorizadas do meu país das maravilhas. Conheço e desconheço pessoas que passam ao meu lado, porém nunca ao redor. Porque ao meu redor já há crueldade o suficiente.
Para toda a vida, os meus sonhos. Que mostram-me a cor branca, logo o preto. A raíz de toda a alegria de um colorido sem fim. E o fim, não é o bastante, porque existe a continuidade. E o renascimento é desconhecido, pelos raciocínios materiais que aqui nesta terra estão.
Quando eu vôo, no mesmo sonho, na quietude de giros constantes, entre a minha mente e a imaginação, posso ver além de todas as ilusões, que o suficiente nunca existiu. E se eu descubro fios da vida, sobre mundos inexistentes, é porque eu posso observar caladamente todos os passos, abraços, mesmo quando são vazios, sem traços.
O desenvolvimento de todas as minhas ações, garantem o sucesso da minha visão sobre uma sociedade mágica. Um mundo lindo que existe apenas para os meus olhos apaixonados por eu mesmo. A única coisa do mundo sou eu. Meus sonhos complementam a minha tese de palavras sem sequência e como citei, sem fim!
O que pode girar em torno de algo que não se sobressai? Quais são as palavras que uso para expressar-me? Se no dicionário não há nenhum tipo de vocabulário que expresse a minha maluquice. Porque sou um ser lunático que sente mas não fala. Que fala, mas se cala. Se eu me calo, então não falo. E falar não é expressar, posso falar caladamente. Falar comigo, sem amigo, supostamente um inimigo. A consciência. Que dilata as minhas ideias e desorganiza meus pensamentos, seguindo um fluxo de piscopáta sem limites, com razões.
E as razões, que não são claras, tornam-se tão fúteis, que é necessário buscar algo mais. E se algo mais nunca existir, eu vou sempre viver do nada entre tudo. E fazer deste nada o meu maior refúgio.
Não tenho medo da escuridão, mesmo quando escondo-me sem absoluta razão. Uma ópera é cantada em meus sonhos lunáticos, e acompanho cada acorde da canção. Deixando introduzir todos os sentidos das minhas preces, em algo perplexo em total processo do meu prelúdio.
E quando eu acordar, quero estar vivo. Para tudo o que falo, expressar-se em sons, em escritas, e seja vivo, por todos que passarem aqui. Afinal, o lunático vive das palavras desconhecidas, e de matérias inexistentes. Eu conheci a fantasia e ela deixou meus sonhos voarem tão distantes, que mesmo através dos instantes, mútuos, consiguirei sempre ir além dos meus próprios desejos.
Vinicius Henrique de Sousa