Chuva, insana
que pinga no telhado
molhado, suave.
PIN PON
Gota, água, dessa chuva
insana, mansa, falsa e clara.
Eu penso, e pingo
o meu sangue sob as folhas
E lá fora, só
PIN PON, de repente, GLUP.
Alguém pisou na poça
aquela Senhora, que
sentou no banco,
mas mesmo assim a chuva ainda pinga,
no meu telhado e agora na janela.
Ai que medo desse GLUP,
que leva o meu amado
e afasta-me dos grupos.
Tão desconhecida essas águas, eu sei,
assim como as gotas novas
que pingam, gotejam, caiem
no meu firme telhado de tijolos.
Agora, a chuva, perdida
VUM VUM, o vento confunde,
trás de volta a agonia
da chuva , insana
que ainda não me satisfaz.
PIN PON
GLUP
VUM VUM
Parceiro meu, que não é o tempo
esqueça este breu e seus momentos.
E nessa chuva, que balança todo sentimento,
vamos viver aquilo que o mundo todo
já se esqueceu!
"Lembra aquela chuva que bebemos no inverno? Eu abri minha vida para o novo, e você nunca levou isso à sério" (Vinicius de Sousa) |
Um comentário:
Estrutura um pouco perdida, mas o conteúdo bastou todas as objeções da sua poesia! Podemos imaginar essa "Senhora", alguém muito importante para você, afinal você a destacou com a letra maíuscula.
Interessante as onomatopéias que você usou para descrever um pequeno sentimento de agonia. Afinal de contas, quem nunca sentiu-se agoniado com uma anciedade e com as gotas da chuva?
Lindo, misterioso e fantástico, este é o Vinicius que estou conhecendo cada dia mais.
Adoro seu trabalho meu aluno.
Beijos
Vera Lucia.
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