A tarde começava, com os sons diurnos de carros, ambulâncias, crianças em caminho à escola, cachorros miseráveis latindo por falta de alimento e os menos lastimáveis latindo por falta de liberdade, nos quintais fechados da vizinhança. Achei que seria um dia normal para um homem idoso como eu, onde os fios dos meus cabelos são tão brancos quanto aos olhos secos daquele que um dia eu conheci, a minha pele perdeu a essência com as tragédias do tempo e rotina, os meus olhos já cansados de acordar, derrubaram-se sem permissão e as minhas mãos? Ah, essas estão tão fracas quanto meu pulmão. Mas não é bem isso que quero contar aos meus leitores, o que quero trazer em foco é como o tempo mudou os meus antigos conhecidos!
Assim que entrei no ônibus, encostei minha cabeça sob o vidro da janela e passei à reparar o que passava-se em segundos lá fora, a mulher que andava com um pé só, o homem que corria para manter o corpo jovem triste em forma, a menina que maquiava-se para esconder seu próprio medo da sociedade e todos que passavam rapidamente sobre a minha visão, uma visão cansada de tudo o que já tinha visto.Quando o ônibus parou devido ao farol vermelho, atentamente olhei para uma calçada logo à minha esquerda, e lá estava ele, tão velho, tão cansado, com seus últimos fios de cabelo, foi quando descobri que estávamos virando restos da vida, como podia acontecer aquilo? À pouco tempo eu vi meu amigo tão jovem, tão forte e destemido, e agora o vejo com outros olhos.
Isso trouxe uma reflexão para um cérebro, que no passado foi judiado pela a sede da adolescência, onde não houve consequência, apenas experiências. (Não criei esta oração, propósitamente com palavras de términos iguais, mas quero trazer o sentido de todas elas juntas).
Assim que desci do ônibus, subi a minha rua apressadamente, entrando em casa, subi as escadas, entrei no banheiro e olhei-me no espelho.
Virava minha face para esquerda, e logo para a direita, e depois eu ficava paralisado por alguns minutos. Enchi minhas mãos com uma água que caiu suavemente entre os meus dedos, e espalhei sob o rosto, quando abri os olhos, eles brilhavam intensamente, como se uma nova fase tivesse começado e o futuro premeditado, foi quando com a água fria eu acordei.
(Vinicius Henrique de Sousa)
4 comentários:
A estética do texto esta fabulosa Vi, parabéns! Continue assim.
Gostei desse texto Vinny, ás vezes me vejo bem nessa situação, você esta indo muito bem, Letras esta abrindo sua mente!
Sucessos amiguinho, e te amo viu?
Um texto para ser apreciado, quero ler seu livro logo, está pronto? me add no msn jonatan_yagolove@hotmail.com
Beijos Vinny
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